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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Artigo - AS PRIMEIRAS AÇÕES DO PIBID MATEMÁTICA

AS PRIMEIRAS AÇÕES DO PIBID MATEMÁTICA / CUA / UFMT:
FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

Mauro Sérgio Santana (Professor Supervisor da Escola Irmã Diva Pimentel).
Admur Severino Pamplona (Coordenador PIBID/Matemática/CUA),  admur@ufmt.br


Resumo:    Nossas primeiras ações como integrantes do grupo PIBID Matemática foi “traçar um retrato” da Escola Estadual Irmã Diva Pimentel – instituição escolhida para abrigar o projeto. De fato, pesquisas iniciais nos têm permitido não só conhecer a estrutura física, pedagógica e organizacional da escola, mas, principalmente, o modo de trabalho dos professores, seus problemas e anseios, assim como os dos estudantes da Instituição. Entendemos que esta pesquisa inicial é importante para que, ao final do projeto, possamos confrontar a situação que encontramos com aquela que ajudaremos a construir.
Palavras Chave: Formação docente, Realidade Escolar


  1. Contexto

Não sem razão, a Matemática é uma das áreas de conhecimento prioritárias para o desenvolvimento do PIBID. Pelo fato de que sua linguagem, seus conceitos e métodos são fundamento para muitas outras áreas, ela torna-se terreno fértil para a experimentação e interdisciplinaridade, sendo imprescindível para o desenvolvimento técnico-científico do País. Assim, a Matemática encontra amplo espaço no currículo do ensino básico.  Nesse contexto, a questão que se coloca na Licenciatura em Matemática, não é “Que Matemática ensinar?” ou “Como ensinar esta Matemática”, mas sim “O que se deve fazer para que este profissional em formação – o Educador Matemático - tenha as melhores condições de exercer plenamente a sua profissão?”.  De fato, percebe-se a necessidade de preparar melhor o graduando para assumir, nesta sociedade, uma prática educacional pensada política e profissionalmente. Como uma respostas a tal questão/necessidade, compreende-se que é primordial implementar ações de ensino de matemática que se vinculem à tendência didático-pedagógica de uso das atividades exploratórias, a partir da problematização da realidade e da interdisciplinaridade, tendência essa aliada à reflexões sobre a formação e o fazer docente – algo que é uma das propostas do PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.
  1. O que pretendemos

Tomando como referência teórica  FIORENTINI et al. (1998) [1] e WENGER (2001) [2], dentre outros, assumimos que o professor precisa ser visto como protagonista de sua própria formação que deve pautar-se por processos que visam a construção da identidade docente por meio da imersão cada vez maior do profissional na comunidade de prática dos professores de matemática. É a partir desta concepção que propomos um trabalho estruturado na participação dos licenciandos em:
      1. Pesquisas acerca da realidade escolar, para maior conhecimento dos problemas, soluções, regras e anseios dos alunos, professores e demais funcionários da escola;
      2. Atividades em sala de aula: observação, colaboração com o professor e acompanhamento dos alunos;
      3. Mini cursos, oficinas e seminários promovidos no âmbito dos projetos “O Laboratório de Ensino e as Mídias na Formação de Professores de Matemática” e "O trabalho e a formação do Professor de Matemática".
      4. Desenvolvimento de ações de suporte ao ensino, tais como aulas de reforço e orientação a grupos de estudantes;
      5. Produção de materiais didáticos direcionados às aulas de reforço, às oficinas pedagógicas e às aulas preparatórias para o ENEM. Tal produção será pautada pelo princípio da interdisciplinaridade, pelo domínio das novas tecnologias de informação e comunicação e pelo uso dos recursos do Laboratório de Ensino de Matemática – LEM.
      6. Ciclo de exibição de vídeos, pelos bolsistas PIBID em conjunto com os bolsistas PET Matemática, prevendo-se debates com demais licenciandos e com estudantes do ensino médio após as atividades;
      7. Junto com os bolsistas do PET Matemática, criação de espaços para a socialização das ações, notadamente por meio de um blog e de um jornalzinho impresso,
      8. Participação em seminários e outros eventos científicos/acadêmicos, visitas técnicas.
      9. Avaliação das atividades desenvolvidas e da atuação de todos os envolvidos no processo.

Destaca-se que os bolsistas deste subprojeto, junto aos estudantes das outras licenciaturas e dos profissionais da educação da escola parceira serão estimulados a estudar e compreender a prática educativa que se realiza no cotidiano escolar. Essa proposta se dará na busca por romper com os modelos fragmentados que se definem a partir da dicotomia entre conteúdo e forma, entre saber didático e saber específico, entre profissionais em formação inicial e profissionais em formação continuada.
  1. Os trabalhos iniciais

As primeiras ações do grupo do PIBID Matemática do Campus do Araguaia ocorreram a partir de dois eixos – a formação docente dos membros do grupo e o conhecimento da realidade escolar. Com relação ao primeiro eixo inicialmente foi realizada pelo coordenador do Subprojeto, uma análise dos anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática e da XIII Conferência Interamericana de Educação Matemática. Esta pesquisa lhe permitiu encontrar trabalhos referentes ao PIBID na área. Parte dos artigos encontrados foi distribuída para os membros do grupo e, posteriormente, apresentada e discutida. Esta primeira ação nos permitiu conhecer atividades, soluções e dificuldades encontradas por outros grupos, nos preparando para melhor atuarmos. As reuniões iniciais também nos levaram a compreender que uma análise mais específica sobre a realidade escolar vai além dos limites estreitos de um levantamento de informações referentes à estrutura física, organizacional e pedagógica da escola.  Este momento é, antes de tudo, um olhar atento para identificar as necessidades reais da escola, assim como para descobrir os espaços intersticiais, as brechas, as potencialidades a partir das quais poderemos agir. Entendemos, então, que deveríamos “traçar um retrato” que nos permitirá, ao final do projeto, confrontar a situação que encontramos com aquela que ajudamos a construir. Podemos dizer, então, que os dados obtidos neste momento nos permitirão situar a distância de nosso ponto de partida (a realidade que encontramos) ao nosso ponto de chegada (a realidade que queremos atingir). A partir dessa compreensão, o grupo foi dividido em quatro duplas – três das quais compostas por estudantes bolsistas e uma composta pelo coordenador do Subprojeto e do professor supervisor. Esta última dupla ficou com a função de obter dados mais pontuais a partir de documentos da própria escola e de relatórios de estudantes que realizaram, em anos anteriores, estágios na Escola Estadual Irmã Diva Pimentel. Duas das outras duplas foram encarregadas de ouvir, dos agentes sociais presentes no cotidiano escolar, sua análise acerca da realidade da Instituição. Outra dupla encarregou-se especificamente de estudar, longitudinalmente, o aproveitamento dos estudantes na disciplina de Matemática. Nos estudos, foram utilizados vários instrumentos: questionário, entrevista e análise documental. O conjunto de ações que compõem os dois eixos aqui descritos nos orientará no desafio de articular a formação inicial de professores com a realidade social da escola básica, tornando os licenciandos mais capazes de subsidiar os professores no enfrentamento das dificuldades da Educação Matemática brasileira.

Referências

[1] WENGER, Etienne. Comunidades de práctica: Aprendizaje, significado e identidad. Barcelona: Paidós, 2001.

[2] FIORENTINI,D e PEREIRA, E.MA. (org.) Cartografias do trabalho docente: professor(a) pesquisador(a). Campinas, Mercado das Letras e ALB, 1998, pp. 207-236.

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