VOCÊS SABEM QUEM É UBIRATAN D’AMBROSIO?
Professor Emérito de Matemática da Universidade Estadual de
Campinas / UNICAMP. Nascido em São Paulo em 8/12/32. Bacharel e Licenciado em Matemática pela Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1954). Doutor em
Matemática pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade São Paulo
(1963). Pós-doutorado na Brown University, USA, (1964-65).
Atualmente, é professor do Programa de Estudos Pós-Graduados de
História da Ciência da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / PUC;
professor credenciado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo; professor do Programa de Pós-Graduação em Educação
Matemática do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade
Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" / UNESP; professor
visitante no Programa Sênior da FURB / Universidade Regional de Blumenau.
Outras funções: Presidente da Sociedade Brasileira de História da
Matemática / SBHMat;
Presidente do ISGEm / International Study Group on Ethnomathematics;
Presidente do Instituto de Estudos do Futuro / IEF de São Paulo; pesquisador e
membro do Conselho Diretor do NACE-ATC (Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Arte,
Tecnologia e Comunicação) da Universidade de São Paulo; Membro do Conselho
Diretor do Institute for Information Technology in Education (IITE), da UNESCO, sediado em Moscou
(1998-2002); Membro do Conselho Científico do Museu de Astronomia e Ciências
Afins / MAST, do Conselho Nacional de Pesquisas / MCT (1996-2003). É "fellow" da American Association for the Advancement of Science / AAAS; Presidente Honorário da
Sociedade Brasileira de História da Ciência / SBHC.
Foi Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário da Universidade
Estadual de Campinas (1982-90), Diretor do Instituto de Matemática, Estatística
e Ciência da Computação da mesma (1972-80), Coordenador dos Institutos de Pesquisa da
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (1988-92) e Chefe da Unidade de
Melhoramento de Sistemas Educativos da Organização de Estados Americanos,
Washington, DC (1980-82) e membro do Conselho da "Pugwash Conferences on Science and WorldAffairs"
(ONG que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1995); lecionou em várias universidades
do país e do exterior.
ETNOMATEMÁTICA
A etnomatemática surgiu na
década de 1970, com
base em críticas sociais acerca do ensino tradicional da matemática, como a
análise das práticas matemáticas em seus diferentes contextos culturais. Mais adiante, o conceito
passou a designar as diferenças culturais nas diferentes formas de conhecimento. Pode
ser entendida como um programa interdisciplinar que engloba as ciências da cognição, da epistemologia, da história, da sociologia e da difusão.
A palavra
foi cunhada da junção dos termos techné, mátema e etno.
Segundo Ubiratan D'Ambrósio o Programa Etnomatemática "tem seu comportamento alimentado
pela aquisição de conhecimento, de fazer(es) e de saber(es) que lhes permitam
sobreviver e transcender, através de maneiras, de modos, de técnicas, de artes
(techné ou 'ticas') de
explicar, de conhecer, de entender, de lidar com, de conviver com (mátema)
a realidade natural e sociocultural (etno) na qual ele, homem, está
inserido."
Tomando o
campo da educação matemática como exemplo, numa perspectiva etnomatemática, o
ensino da matemática ganha contornos e estratégias específicas, peculiares ao
campo perceptual dos sujeitos aos quais se dirige. A matemática vivenciada
pelos meninos em situação de rua, a matemática desenvolvida em classes do ensino supletivo, a
geometria na cultura indígena, são
completamente distintas entre si em função do contexto cultural e social na
qual estão inseridas.
Educação Matemática
Depois do fracasso
da Matemática Moderna, na década de 70, apareceram, entre os educadores
matemáticos, várias correntes educacionais desta disciplina, que tinham uma
componente comum – a forte reação contra a existência de um currículo comum e
contra a maneira imposta de apresentar a matemática de um só visão, como um
conhecimento universal e caracterizado por divulgar verdades absolutas. Além de
perceberem que não havia espaço na Matemática Moderna para a valorização do
conhecimento que o aluno traz para a sala de aula, proveniente do seu social.
Ubiratan
D´Ambrosio, se utiliza em 1985, pela primeira vez o termo Etnomatemática, isto
no seu livro: “Etnomathematics and its
Place in the History of Mathematics”, onde o termo esta inserido dentro da
História da Matemática. Este autor cita que em 1978 utilizou este termo numa conferencia,
que pronunciou na Reunião Anual da Associação Americana para o Progresso da
Ciência, que infelizmente não foi publicada.
Um fato importante
foi a criação, em 1986, do Grupo Internacional de Estudo em Etnomatemática
(IGSEm) congregando pesquisadores educacionais de todo o mundo que estavam, de
alguma maneira, pensando digamos nesta área do conhecimento e, principalmente,
em como utilizá-la em sala de aula.
Este estudo leva a
ver a Matemática como um produto cultural, e, então, cada cultura, e mesmo
sub-cultura, produz sua matemática específica, que resulta das necessidades
específicas do grupo social. Como produto cultural tem sua história, nasce sob determinadas
condições econômicas, sociais e culturais e desenvolve-se em determinada
direção; nascida em outras condições teria um desenvolvimento em outra direção.
Pode-se então dizer que o desenvolvimento da matemática é não-linear, como
querem alguns matemáticos.
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