Divina Sandra Ramos Lôbo1, Valéria Ramos dos
Santos1, Admur
Severino Pamplona2
(1) Bolsistas do PIBID Matemática;
Instituto de Ciências Exatas e da Terra; Campus Universitário do Araguaia;
Universidade Federal de Mato Grosso; (2)Prof. Adjunto – Coordenador
de Área do PIBID Matemática; Instituto de Ciências Exatas e da Terra; Campus
Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato Grosso.
valeriaramosantos@hotmail.com,admur@ufmt.br
1 Introdução
Em nossa atuação, percebemos que os estudantes da
Educação Básica, assim como a comunidade em geral, muitas vezes, apresentam
dificuldades em perceber o uso e a importância da matemática em seu cotidiano.Não
raro, tais dificuldades levam alunos a relatarem que “não gostam” da
disciplina, mas esse fato, por si só, não pode ser considerado a causa de tal
rejeição.
Segundo Almeida (2006), trata-se de uma grande
simplificação do problema quando, ao se falar de dificuldades em Matemática, se
afirma que esta é uma disciplina complexa e que muitos não se identificam com
ela. A autora afirma que essas
dificuldades podem ocorrer por outros fatores sendo eles mentais, psicológicos
e pedagógicos, fatores estes que envolvem uma série de conceitos e trabalhos
que precisam ser desenvolvidos.
Reconhecendo a complexidade que envolve a rejeição à
matemática e a necessidade de agir sobre os vários fatores que acarretam o
problema, temos efetuado várias ações no âmbito do projeto PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) Matemática. Dentre tais ações
podemos citar, por exemplo: elaboração de aulas dinâmicas com uso de vários
métodos e mídias, aulas de reforço, organização de exposições, dentre outras. A
maioria destas atividades fica restrita à escola, pois o principal público-alvo
são os estudantes. Entretanto, sabemos que as crenças e as atitudes das
famílias acerca da matemática podem contribuir para instalar-se, nas crianças e
nos adolescentes, rejeição à disciplina. Então, uma de nossas ações foi
aproveitar o período natalino para abordar conceitos matemáticos utilizados na
confecção de objetos decorativos tais como: miniaturas de árvores de natal,
bolas, pinhas, estrelas, anjos e guirlandas, dentre vários outros. Esses
elementos decorativos levaram à exploração de conceitos tais como círculos
concêntricos (nas guirlandas), simetrias (nas flores), semelhanças de
triângulos e fractais (nas árvores e cartões), dentre outros. Buscamos, nesta
atividade,resgatar, nas mães dos estudantes, que foram o público-alvo da
oficina, o gosto pela matemática e, ao
mesmo tempo, organizarmos ações capazes
de dinamizar e interagir comas comunidades escolares.
Para Bertoni et al
(2007), é importante a realização
periodicamente de ações em espaços ou escolas para favorecer o debate, de forma
lúdica, acerca da aprendizagem e do ensino da matemática e a troca de
experiências, nos mais diversos níveis e modalidades de ensino. Contemplando o
aspecto artístico da matemática, despertando o fascínio; as oficinas visam o
aprender fazer e o desenvolvimento simultâneo deconceitos matemáticos.
2
Material e Métodos
Para ministrarmos a oficina, empenhamo-nos
inicialmente em pesquisas que nos permitiram tanto escolher os objetos
natalinos matematicamente mais interessantes, quanto em pensar meios de tornar
mais fácil a sua confecção e abordagem pedagógica. Em seguida, passamos a
adaptar modelos dos objetos decorativos, utilizando, ao máximo, produtos
recicláveis e de baixo custo. Ocupamo-nos também da elaboração de uma apostila
que, além de salientar a relação que pode haver entre Matemática e Artesanato,
de forma dinâmica e clara, trazia um ‘passo-a-passo’ ilustrado.
Após esta primeira etapa, a Oficina de Decoração
Natalina passou por um processo de teste, quando foi oferecida inicialmente
para os bolsistas do PIBID/Matemática e para os alunos da disciplina
Laboratório de Ensino de Matemática e Estatística, recebendo sugestões e os
ajustes necessários. Finalmente, em colaboração com o grupo PET (Programa de
Educação Tutorial) Matemática Araguaia, esta oficina foi oferecida na Escola
Estadual Antônio Nonato Rocha no distrito de Paredão Grande no Município de
General Carneiro-MT, na Escola
Estadual Irmã Diva Pimentel/Barra do Garças-MT e no Campus Universitário do
Araguaia / Pontal do Araguaia-MT.
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Resultado
e discussão
Aos professores de matemática em exercício, a oficina
proporcionou sugestões de aulas sobre temas da Geometria e, também meios para
cultivar o gosto estético dos estudantes. Nestas ocasiões, nós ministrantes
tivemos que lidar, de modo especial, com a dificuldade de alguns participantes,
notadamente aqueles que atuam no Ensino Fundamental I, em compreender os
conceitos matemáticos e relacioná-los ao artesanato natalino. Mas com as peças
finalizadas, tais relações puderam ser visualizadas com mais clareza.
Quando oferecidas para os estudantes e seus pais, além
de salientarmos o uso da matemática no cotidiano, enfatizamos que as peças
também poderiam tornar-se elementos de renda para a família.No oferecimento da
oficina para os licenciandos em matemática do CUA/UFMT, aliamo-nos às
professoras das disciplinas de ‘Desenho Geométrico’ e ‘Ensino e Aprendizagem de
Matemática no Ensino Fundamental’. Então, foi possível relacionar teoria e
prática na exploração de conceitos matemáticos, mas também discutir métodos de
ensino de matemática e a atuação em escolas públicas e em ambientes não-formais
de ensino-aprendizagem.
Essa oficina, através da junção entre Matemática e
Artesanato, permitiu que os participantes expusessem seus saberes e suas
dúvidas diante do conteúdo sobre geometria. Ela também contribuiu para a nossa
formação docente, posto que, revendo em cada peça de artesanato os conceitos de
geometria presentes nelas, pensávamos sobre a melhor forma deproporcionar aos
participantes a oportunidade de abordar aqueles
conceitos matemáticos.Ao final do trabalho, concluímos que a oficina foi
capaz de estreitar os laços da comunidade com a Universidade e de divulgar a
matemática. Ao término de cada seção da oficina, os participantes elogiaram o
trabalho. Para nós ministrantes, foi muito gratificante observar que o trabalho
teve êxito e que os nossos objetivos foram alcançados, mas concluímos que um
dos nossos maiores aprendizados foi decorrente da experiência de trabalhar um
mesmo tema com um público tão diversificado.
4
Conclusões
O objetivo principal
deste trabalho foi o de propagar a Matemática aliando-a ao artesanato como
forma de modificar possíveis crenças e atitudes negativas com relação à
disciplina. Também era nosso objetivo interagir com as comunidades escolares
onde estivemos ministrando a oficina. Tais objetivos foram cumpridos, mas
também ficou explicita a importância da interdisciplinaridade no ensino-
aprendizagem, relacionando as disciplinas em prol de uma construção mais
consistente do saber. Sem deixar de destacar as características de cada uma.
Cabe destacar que a
maioria dos que participaram desta atividade falaram do desejo de estar em
outras oficinas oferecidas pelo grupo PIBID e também dar continuidade na
confecção de artesanato, o que evidencia a eficácia de nossa ação.
Finalmente,
salientamos que, para nós que ministramos a oficina, ver os resultados
positivos que obtivemos tem sido importante para continuarmos buscando novas
formas de ensinar a Matemática, em especial, de forma dinamizada e interagindo
com outras disciplinas.
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Referências
ALMEIDA, Cínthia Soares de,Dificuldades
de aprendizagem em Matemática e a percepção dos professores em relação a
fatores associados ao insucesso nesta área, Artigo (Trabalho de Conclusão
do Curso de Matemática) Universidade Católica de Brasília-UCB, Brasília, 2006. Disponível
em <http://www.ucb.br/sites/100/103/TCC/12006/CinthiaSoaresdeAlmeida.pdf>.
BERTONI, Nilza Eigenheer; et al. Geometria
Natalina-Exposição, Oficinas, Bazar. In: IX
ENEM (Encontro Nacional de Educação Matemática - 9), Belo Horizonte, 2007. Disponível
em <http://www.sbem.com.br/files/ix_enem/Html/posteres.html>.
Agradecimentos
Agradecemos a CAPES, pelas bolsas PIBID e também
as escolas: Escola Estadual Antônio Nonato Rocha no distrito de Paredão
Grande no Município de General Carneiro-MT e Escola Estadual Irmã Diva Pimentel/Barra do Garças-MT, por receberem o
grupo PIBID confiando em nossos objetivos de contribuir com as comunidades
escolares em favor de métodos e projetos para um melhor ensino aprendizagem.
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