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sábado, 8 de fevereiro de 2014


Geometria Natalina: o PIBID integrando universidade/escola/comunidade

Divina Sandra Ramos Lôbo1, Valéria Ramos dos Santos1, Admur Severino Pamplona2
(1) Bolsistas do PIBID Matemática; Instituto de Ciências Exatas e da Terra; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato Grosso; (2)Prof. Adjunto – Coordenador de Área do PIBID Matemática; Instituto de Ciências Exatas e da Terra; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato Grosso.

1     Introdução


Em nossa atuação, percebemos que os estudantes da Educação Básica, assim como a comunidade em geral, muitas vezes, apresentam dificuldades em perceber o uso e a importância da matemática em seu cotidiano.Não raro, tais dificuldades levam alunos a relatarem que “não gostam” da disciplina, mas esse fato, por si só, não pode ser considerado a causa de tal rejeição.
Segundo Almeida (2006), trata-se de uma grande simplificação do problema quando, ao se falar de dificuldades em Matemática, se afirma que esta é uma disciplina complexa e que muitos não se identificam com ela.  A autora afirma que essas dificuldades podem ocorrer por outros fatores sendo eles mentais, psicológicos e pedagógicos, fatores estes que envolvem uma série de conceitos e trabalhos que precisam ser desenvolvidos.
Reconhecendo a complexidade que envolve a rejeição à matemática e a necessidade de agir sobre os vários fatores que acarretam o problema, temos efetuado várias ações no âmbito do projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) Matemática. Dentre tais ações podemos citar, por exemplo: elaboração de aulas dinâmicas com uso de vários métodos e mídias, aulas de reforço, organização de exposições, dentre outras. A maioria destas atividades fica restrita à escola, pois o principal público-alvo são os estudantes. Entretanto, sabemos que as crenças e as atitudes das famílias acerca da matemática podem contribuir para instalar-se, nas crianças e nos adolescentes, rejeição à disciplina. Então, uma de nossas ações foi aproveitar o período natalino para abordar conceitos matemáticos utilizados na confecção de objetos decorativos tais como: miniaturas de árvores de natal, bolas, pinhas, estrelas, anjos e guirlandas, dentre vários outros. Esses elementos decorativos levaram à exploração de conceitos tais como círculos concêntricos (nas guirlandas), simetrias (nas flores), semelhanças de triângulos e fractais (nas árvores e cartões), dentre outros. Buscamos, nesta atividade,resgatar, nas mães dos estudantes, que foram o público-alvo da oficina, o gosto pela matemática  e, ao mesmo tempo, organizarmos  ações capazes de dinamizar e interagir comas comunidades escolares.
Para Bertoni et al (2007), é importante a realização periodicamente de ações em espaços ou escolas para favorecer o debate, de forma lúdica, acerca da aprendizagem e do ensino da matemática e a troca de experiências, nos mais diversos níveis e modalidades de ensino. Contemplando o aspecto artístico da matemática, despertando o fascínio; as oficinas visam o aprender fazer e o desenvolvimento simultâneo deconceitos matemáticos.

2     Material e Métodos

Para ministrarmos a oficina, empenhamo-nos inicialmente em pesquisas que nos permitiram tanto escolher os objetos natalinos matematicamente mais interessantes, quanto em pensar meios de tornar mais fácil a sua confecção e abordagem pedagógica. Em seguida, passamos a adaptar modelos dos objetos decorativos, utilizando, ao máximo, produtos recicláveis e de baixo custo. Ocupamo-nos também da elaboração de uma apostila que, além de salientar a relação que pode haver entre Matemática e Artesanato, de forma dinâmica e clara, trazia um ‘passo-a-passo’ ilustrado.
Após esta primeira etapa, a Oficina de Decoração Natalina passou por um processo de teste, quando foi oferecida inicialmente para os bolsistas do PIBID/Matemática e para os alunos da disciplina Laboratório de Ensino de Matemática e Estatística, recebendo sugestões e os ajustes necessários. Finalmente, em colaboração com o grupo PET (Programa de Educação Tutorial) Matemática Araguaia, esta oficina foi oferecida na Escola Estadual Antônio Nonato Rocha no distrito de Paredão Grande no Município de General Carneiro-MT, na Escola Estadual Irmã Diva Pimentel/Barra do Garças-MT e no Campus Universitário do Araguaia / Pontal do Araguaia-MT.

 

3     Resultado e discussão

Aos professores de matemática em exercício, a oficina proporcionou sugestões de aulas sobre temas da Geometria e, também meios para cultivar o gosto estético dos estudantes. Nestas ocasiões, nós ministrantes tivemos que lidar, de modo especial, com a dificuldade de alguns participantes, notadamente aqueles que atuam no Ensino Fundamental I, em compreender os conceitos matemáticos e relacioná-los ao artesanato natalino. Mas com as peças finalizadas, tais relações puderam ser visualizadas com mais clareza.
Quando oferecidas para os estudantes e seus pais, além de salientarmos o uso da matemática no cotidiano, enfatizamos que as peças também poderiam tornar-se elementos de renda para a família.No oferecimento da oficina para os licenciandos em matemática do CUA/UFMT, aliamo-nos às professoras das disciplinas de ‘Desenho Geométrico’ e ‘Ensino e Aprendizagem de Matemática no Ensino Fundamental’. Então, foi possível relacionar teoria e prática na exploração de conceitos matemáticos, mas também discutir métodos de ensino de matemática e a atuação em escolas públicas e em ambientes não-formais de ensino-aprendizagem.
Essa oficina, através da junção entre Matemática e Artesanato, permitiu que os participantes expusessem seus saberes e suas dúvidas diante do conteúdo sobre geometria. Ela também contribuiu para a nossa formação docente, posto que, revendo em cada peça de artesanato os conceitos de geometria presentes nelas, pensávamos sobre a melhor forma deproporcionar aos participantes a oportunidade de abordar aqueles  conceitos matemáticos.Ao final do trabalho, concluímos que a oficina foi capaz de estreitar os laços da comunidade com a Universidade e de divulgar a matemática. Ao término de cada seção da oficina, os participantes elogiaram o trabalho. Para nós ministrantes, foi muito gratificante observar que o trabalho teve êxito e que os nossos objetivos foram alcançados, mas concluímos que um dos nossos maiores aprendizados foi decorrente da experiência de trabalhar um mesmo tema com um público tão diversificado.


4     Conclusões

O objetivo principal deste trabalho foi o de propagar a Matemática aliando-a ao artesanato como forma de modificar possíveis crenças e atitudes negativas com relação à disciplina. Também era nosso objetivo interagir com as comunidades escolares onde estivemos ministrando a oficina. Tais objetivos foram cumpridos, mas também ficou explicita a importância da interdisciplinaridade no ensino- aprendizagem, relacionando as disciplinas em prol de uma construção mais consistente do saber. Sem deixar de destacar as características de cada uma.
Cabe destacar que a maioria dos que participaram desta atividade falaram do desejo de estar em outras oficinas oferecidas pelo grupo PIBID e também dar continuidade na confecção de artesanato, o que evidencia a eficácia de nossa ação.
Finalmente, salientamos que, para nós que ministramos a oficina, ver os resultados positivos que obtivemos tem sido importante para continuarmos buscando novas formas de ensinar a Matemática, em especial, de forma dinamizada e interagindo com outras disciplinas. 

5     Referências


ALMEIDA, Cínthia Soares de,Dificuldades de aprendizagem em Matemática e a percepção dos professores em relação a fatores associados ao insucesso nesta área, Artigo (Trabalho de Conclusão do Curso de Matemática) Universidade Católica de Brasília-UCB, Brasília, 2006. Disponível em <http://www.ucb.br/sites/100/103/TCC/12006/CinthiaSoaresdeAlmeida.pdf>.
BERTONI, Nilza Eigenheer; et al. Geometria Natalina-Exposição, Oficinas, Bazar. In: IX ENEM (Encontro Nacional de Educação Matemática - 9), Belo Horizonte, 2007. Disponível em <http://www.sbem.com.br/files/ix_enem/Html/posteres.html>.

Agradecimentos
Agradecemos a CAPES, pelas bolsas PIBID e também as escolas: Escola Estadual Antônio Nonato Rocha no distrito de Paredão Grande no Município de General Carneiro-MT e Escola Estadual Irmã Diva Pimentel/Barra do Garças-MT, por receberem o grupo PIBID confiando em nossos objetivos de contribuir com as comunidades escolares em favor de métodos e projetos para um melhor ensino aprendizagem.

Agradecemos ainda ao PET Matemática /CUA que colaborou conosco para a realização e confecção dos materiais utilizados na oficina.

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