INTERPRETAÇÃO DE POEMAS MATEMÁTICOS: Uma nova fonte de
conhecimento
Sergio da Costa Kaisa1, Admur Severino Pamplona2
(1) Bolsista PIBID; Licenciatura
em Matemática; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato
Grosso;
(2) Prof. coordenador de área do
PIBID; Licenciatura em Matemática; Campus Universitário do Araguaia;
Universidade Federal de Mato Grosso.
sergiokaisa@hotmail.com,
admur@ufmt.br
1 Introdução
Com a utilização de poemas na disciplina de
matemática, os alunos passam a ter uma nova visão dos conteúdos propostos pelo
professor. Constata-se, por exemplo, que a palavra em forma de versos e repleta
de rimas, pode facilitar a construção de novos conhecimentos e a aprendizagem
das operações básicas da matemática: adição, subtração, multiplicação e
divisão. Segundo Freitas (2002, p. 35): “todo esse procedimento didático visa principalmente a
realizar uma educação matemática mais significativa para o aluno. Esse
significado consiste basicamente em proporcionar ao aluno um conhecimento que esteja
realmente vinculado ao processo de sua pro moção existencial.”
Tem-se como objetivos específicos de tal pesquisa:
fazer a identificação, a leitura e a representação de situações-problema em
forma de versos; utilizar a linguagem poética para ensinar os conteúdos para as
novas gerações de alunos ditos ‘globalizados’ e fortalecer o elo entre a
Matemática e a Língua Portuguesa.
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Material e Métodos
Sabemos que, na nossa língua, temos uma vasta
possibilidade de ritmos, os quais por meio da métrica e rima, podem colaborar
com a resolução de cálculos matemáticos. Segundo Goldstein (1994, p. 19):
A organização do poema em versos agrupados em estrofes faz o ritmo
saltar aos olhos do leitor. A rima, quando presente, acentua essa impressão. No
entanto, é a cadência do verso lido em voz alta que realmente indica a
alternância das sílabas fortes e fracas. São as regras de versificação ou de
metrificação que estabelecem onde deve cair o acento tônico em cada tipo de
verso. Na mesma posição da sílaba forte, ocorre a cesura, pausa que,
geralmente, divide o verso em partes ou segmentos rítmicos.
Permite-se, pois, aos alunos a construção de poemas
com versos livres. De acordo com Pignatari (1978, p. 59): “já pouco
se usam poemas de forma fixa: de vez em quando, pinta um soneto. Quanto a
módulos fixos, a quadra resiste ou você cria o seu, como o faz João Cabral. No
mais, é o “verso livre”, de comprimento, métrica e ritmo variáveis.”
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Resultado
e discussão
Por meio de poemas, podemos abordar vários assuntos do
nosso cotidiano e de temos a liberdade de expressarmos as nossas opiniões em
forma rimada e sem nos preocuparmos com as regras da nossa língua. O primeiro
autor deste artigo vem-se ocupando com sucesso de poemas matemáticos: “recentemente,
tive a felicidade de compor um poema matemático intitulado ‘Seu jeito de ser’,
o qual teve sua publicação no site Só Matemática”, pontua Kaisa.
Neste artigo, o autor sugere uma interpretação para o
seu poema.
“Seu jeito de ser” retrata os sentimentos de um rapaz
por uma jovem chamada Betânia, que ele chama carinhosamente de ‘Beta’. O autor utiliza-se
dos meios matemáticos – letras gregas, conteúdos de Cálculo e de Fundamentos da
Matemática, por exemplo, a fim de despertar o interesse da pretendida por ele.
O domínio dos conteúdos explicitados na forma poética
nos leva a acreditar que o jovem apaixonado seja um bom aluno de matemática.
Muitos, num primeiro momento, podem achá-lo meio sem lógica e até coisa de
louco, porém serve de maneira divertida para levar o conhecimento aos estudantes
que encontram dificuldades em alguns conteúdos mencionados nele. Eis o poema: Seu jeito de ser
Gamado por você,
Pirado por seu jeito de ser,
Sua
cara lambda.
Fragrância
de alfazema,
Que me faz um pateta,
Eta,
garota de Ipanema.
Sou ômega fã seu, Beta,
Ainda
100 limites,
Pois
te quero integral.
Tudo
implica uma certeza,
Nada de se, e somente se,
Ou é agora e definitivo,
Pois você é uma realeza.
Seno
assim, somos tangentes,
Corações
inteligentes,
100
razoes // em mentes.
E mais uma vez te digo:
Gamado
por você,
Pirado por seu jeito de ser,
Sua
cara lambda.
Agora,
dediquemo-nos à interpretação do poema intitulado “Vamos praticar: Multiplicar,
Versar e Adicionar?”, que assim diz:
Numa bandeja retangular,
Júlia precisa servir copos com refresco,
Olho na geometria e na forma do apetrecho.
Como ela fará para o espaço ocupar?
Organizar na bandeja quatro linhas de copos, e três
colunas iguais.
Sendo assim três vezes quatro resulta uma dúzia de
copos,
Refrescando, assim, a cabeça,
De quem calcula na hora de servir a mesa.
Interpretando-o, podemos observar que o autor faz a
abordagem de conteúdos como: geometria, matrizes e multiplicação, fazendo com
que a explicação dos mesmos se torne mais divertida e interativa em sala de
aula.
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Conclusões
Com a realização da presente pesquisa, é possível
constatar que a elaboração e a interpretação de poemas podem colaborar de
maneira significativa para a compreensão dos conteúdos matemáticos. Em sua
essência, eles fazem surgir novas descobertas e nos levam à imaginação através
de versos, métricas, rimas e ritmos. Cada termo matemático nos transmite um
novo saber e facilita bastante na maneira como serão explicados os conteúdos.
Sendo assim, a
utilização dos poemas matemáticos em sala de aula torna os alunos mais
participativos, curiosos e capazes de verem a matemática com novos olhares.
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Referencias
FREITAS, J. L.
M. “Situações didáticas”. In: MACHADO, Sílvia; DIAS, Alcântara. Educação Matemática: uma introdução.
São Paulo: EDUC, 2002, p. 65-88.
GOLDSTEIN, N. Versos, Sons, Ritmos. São Paulo:
Editora Ática, 8ª ed., 1994.
PIGNATARI, D. Comunicação poética. São Paulo: Cortez
& Moraes, 2ª ed., 1978.
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