VIVENCIANDO A MATEMÁTICA: UMA DAS AÇÕES DO PIBID
MATEMÁTICA
Rosane Vilela Sales1, Admur Severino Pamplona2
(1) Bolsista PIBID; Licenciatura
em Matemática; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato
Grosso;
(2) Professor coordenador de área
do PIBID; Licenciatura em Matemática; Campus Universitário do Araguaia;
Universidade Federal de Mato Grosso.
rosanevsales@hotmail.com,
admur@ufmt.br
1 Introdução
Inicialmente, daremos conhecer
um pouco do que é o PIBID, como foi constituído e o objetivo deste programa, a
partir daí discorreremos sobre a prática que nós — licenciandos em matemática do CUA/UFMT — exercemos dentro deste programa que tem sido
implementado na Escola Irmã Diva Pimentel, em Barra do Garças/MT.
O Programa de Bolsa de
iniciação à Docência (PIBID) foi lançado pelo Ministério da Educação em 2007 e
implantado na UFMT em 2008. O programa prevê que os bolsistas através de observações
dentro de sala de aula no ambiente escolar, apliquem projetos estimulando a
interdisciplinaridade e o rendimento de aprendizado dos aluno. Por esta via, o
Programa, que é financiado pela CAPES, pretende cumprir seu objetivo que é
contribuir para com a formação de professores qualificados, tornando-os
profissionais educadores que dominem as novas tecnologias de informações e
comunicação, além de técnicas pedagógicas inovadoras. Com isto, busca ainda
fortalecer a escola pública de educação básica como um espaço de formação
docente, através de maior articulação entre elas e as universidades públicas. Para
tanto, os projetos, cada um deles atrelado às diversas matérias curriculares,
desenvolvem um conjunto de ações que visam à formação inicial e a permanência
na docência, apoiando os estudantes de licenciaturas e levando-os também a
contribuir para elevação dos processos de aprendizagem de alunos da educação
básica, em especial de escolas que apresentam baixo índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB).
Em agosto de 2011, no
CUA/UFMT, teve início as ações de bolsistas PIBID das licenciaturas em
Matemática, Física, Biologia, Química e Geografia na Escola Estadual Irmã Diva
Pimentel. Nosso trabalho continua em 2012 e neste texto serão descritas e
analisadas uma ação do subprojeto PIBID Matemática denominado Vivenciando a
Matemática.
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Material e Métodos
O projeto aprovado
pelo CUA/UFMT é dividido por áreas, em cada área há um coordenador responsável
por orientar as atividades para todos os bolsistas licenciandos e do professor
supervisor (que é um professor atuante na escola de educação básica na qual o
projeto foi implantado). Cada professor coordenador define o método e os
materiais a serem utilizados nos trabalhos do grupo que coordena.
No caso da matemática,
nos reunimos pelo menos uma vez na semana, ocasião na qual discutimos, damos
sugestões e decidimos acerca de possíveis alterações nas atividades previstas
no projeto inicial. Numa dessas
reuniões, no primeiro semestre de 2012, decidimos quais os temas que deveriam
ser o objeto de estudo dos bolsistas. Trabalhando em duplas, durante todo o
primeiro semestre deste ano, construímos conhecimentos matemáticos e
pedagógicos como embasamento para a elaboração e execução de mini-cursos que foram
oferecidos para os alunos da escola campo no início do segundo semestre.
Os mini-cursos
ocorreram no Campus I do CUA, no Laboratório de Informática, no Laboratório de
Educação Matemática e em uma sala de aula. Ao mesmo tempo em que utilizamos as
novas tecnologias, também fizemos uso de materiais de baixo custo ou até mesmo de
materiais reciclados.
Os estudantes do ensino médio da Escola Irmã
Diva Pimentel foram divididos em três grupos e encaminhados para o mini-curso
adequado à série que cursam. Em paralelo, também montamos a ‘Exposição
Experienciando a Matemática’ e, neste mesmo dia, como conclusão dos trabalhos, organizamos um torneio de
jogos.
Tanto para a
elaboração e execução dos mini-cursos, quanto na instalação da exposição e na
organização do torneio de jogos, contamos com a parceria do Grupo PET
Matemática UFMT (Programa de Educação Tutorial, financiado pelo
MEC/SESU/SECAD).
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Resultado
e discussão
Para a turma do 1º ano, o foco dos estudos foi a
escrita na matemática usando fanzines, que são publicações independentes e amadoras, geralmente de
pequena tiragem e impressa em fotocópias ou pequenas impressoras. O nome tem
origem na junção de duas palavras (fanatic+ magazine) que indicam
a origem da publicação, que está a cargo dos fãs do assunto tratado. Neste
mini-curso, os estudantes trabalharam com a linguagem matemática em sua
confluência com a linguagem visual e a linguagem materna, articulando-as para a
proposição e resolução de problemas ou de situações-problemas matemáticos.
A turma do 2º ano participou
de um mini-curso cujo tema foi a relação entre a matemática e a música(Rodrigues,
1999). Na ocasião, foram discutidas algumas curiosidades sobre a música,
abordamos a história da musica enfatizando a sua relação com Pitágoras (filósofo e matemático grego que nasceu em
Samos entre cerca de 571 a.C. e 570 a.C. e morreu em Metaponto entre cerca de 497
a.C. ou 496 a.C.). Pitágoras,
assim como os membros de sua confraria, acreditava que os números regiam todo o
Universo. Para eles, o
número, sinônimo de harmonia, eram a essência de todas as coisas, criando
noções opostas (limitado e ilimitado) e sendo a base da teoria da harmonia das
esferas. De fato, os pitagóricos, acreditavam
na existência de uma profunda relação entre a matemática, a música e a
natureza. Dizia-se que Pitágoras podia ouvir a "música das esferas",
a melodia que os planetas soavam em suas órbitas celestes ao redor da Terra (pois
acreditavam na Teoria Geocêntrica)(Eves, 2004). Em vista disto, Pitágoras
estava extremamente interessado em constituir uma teoria musical baseada nos
números. Conta-se que certa vez Pitágoras passou por uma bigorna de 5 martelos
que batiam nos ferros, o sábio percebeu sons diferentes que tinham harmonia
então começou a estudar o sentido daqueles sons. Descobriu depois de muito
estudo com experimentos, e um desses experimentos foi um monocórdio que a
harmonia dos sons eram obtidos de frações, quando utilizaram a corda dividindo
ao meio e em várias partes. No mini-curso, depois de toda explicação detalhada
acerca das relações entre musica e
matemática, provamos através de uma demonstração a relação da matemática
com as freqüências de notas e era o mesmo intervalo sempre igual, através da
escala temperada puderam determinar a nota. Ao final deste mini-curso,
mostramos que a Progressão Geométrica descreve a freqüência do som.
No mini-curso sobre
cônicas com uso do software Winplot, procuramos explorar as novas tecnologias,
os conhecimentos prévios dos estudantes, a história da matemática e as
aplicações das cônicas para estimular o aprendizado dos estudantes. As chamadas
cônicas são curvas geradas ou
encontradas na intersecção de um plano com um cone, são elas: elipse, parábola
e hipérbole. Estas
curvas desempenham um papel importante em várias áreas, como a Física, a
Economia e a Engenharia, dentre outras. Por sua vez, o software Winplot é especialmente indicado para o ensino-aprendizagem
da geometria analítica, sobretudo por causa dos seus recursos de animação gráfica.
Na Exposição
Experienciando a Matemática os estudantes da Escola Estadual Irmã Diva Pimentel
tiveram a oportunidade de conhecer vários materiais informativos relacionados à
matemática e à probabilidade e estatística. Dentre eles, podemos citar a
Geometria do taxi (uma das chamadas geometrias não-euclidianas), a Criptografia
(que era muito usada nas guerras para enviar mensagem secretas), as Tesselações (que se referem à cobertura de um
plano ou de parte dele com figuras geométricas), a perfeição da Proporção Áurea
(relacionada ao chamado ‘número de ouro’, um número pode ser encontrado na proporção de algumas
conchas, nas colmeias, nos seres humanos que servia de base para busca da
beleza na arquitetura grega), e muitos outros. A maioria dos trabalhos continha banner dando uma ideia geral acerca do
assunto tratado. Ao lado dos trabalhos desenvolvidos tinha os experimentos para
que os alunos pudessem conhecer melhor como os conceitos funcionam na prática.
No torneio de jogos, dentre os vários jogos de tabuleiro que contém
desafios lógico-matemáticos, foram escolhidos três: a Torre de Hanói, matix e
seixos. Os alunos se escreveram nos jogos que queriam disputar, passaram por
várias etapas e os vencedores em cada uma das modalidades foram premiados.
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Conclusões
Avaliamos que as ações do PIBID Matemática têm
conseguido integrar de modo bastante produtivo as atividades de pesquisa,
ensino e extensão. Por exemplo, as ações descritas nesse texto foram
decorrentes de um amplo trabalho de pesquisa de duplas de licenciandos sobre
temas que não fazem parte das ementas das disciplinas do nosso Curso. Esse
trabalho inicial nos permitiu forjar propostas educativas de qualidade que
foram aplicadas junto a estudantes da Escola Irmã Diva Pimentel, constituindo
importante trabalho de extensão. Finalmente, torna-se necessário pontuar que
ações como estas também produzem impacto sobre a Licenciatura em Matemática,
apontando novos caminhos para a formação de professores, levando a uma
integração mais ampla com as escolas da educação básica – o que é extremamente
importante para que a Universidade possa, de fato, dar uma resposta às suas
demandas.
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Referencias
Rodrigues, José Francisco. A Matemática e a Música.
1999 Disponível em: <http://cmup.fc.up.pt/cmup/musmat/
MatMus_99.pdf> Acesso em 24 mai. 2012.
Eves, Howard. Introdução à história da matemática.
Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2004.
Agradecimentos
À tutora do Grupo PET
Matemática UFMT os bolsistas e, nossos parceiros em várias ações de divulgação
e de ensino-aprendizagem de Matemática, em especial, agradecemos ao Fabrício
Gonçalves, à Solange Nascimento Neves e à Fernanda Procópio.
Aos estudantes,
professores e gestores da Escola Irmã Diva Pimentel, particularmente, à
coordenadora Zuleide e à Profa. Patrícia da Costa — sem as quais as ações aqui descritas não
teriam sido tão exitosas.
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